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Moçambique e os PALOP: 50 Anos de Independência e os Desafios da Descolonização

Moçambique e os PALOP: 50 Anos de Independência e os Desafios da Descolonização

Para marcar as celebrações da passagem dos 50 anos de independência dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), com destaque para Moçambique que celebra o seu dia a 25 de Junho, a Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo), através da Faculdade de Ciências Sociais e Filosofia (FCSF), organiza uma Conferência Internacional sob o título “MOÇAMBIQUE E A DESCOLONIZAÇÃO PORTUGUESA EM ÁFRICA (1975-2025) - O tempo vivo da história das independências”, visando reflectir sobre as conquistas históricas e também sobre os desafios comuns enfrentados ao longo deste meio século.

 


Com a participação de convidados nacionais e internacionais, o evento foi aberto pelo Secretário de Estado da Ciência e Ensino Superior, Professor Edson Macuácua, em representação da Primeira-ministra de Moçambique, que na sua intervenção falou do papel que a história desempenha na criação de uma identidade nacional, moçambicanidade e africanidade, resultante da luta que elevou a resistência secular dos moçambicanos contra a dominação estrangeira, para libertar a terra e os homens para conquistar a independência nacional.

 


“A unidade nacional foi o factor que esteve na vanguarda para a derrota do colonialismo português. A luta de libertação nacional foi assumida como uma revolução, uma gesta identitária, um processo constituinte que visava criar um Estado, uma nação moçambicana, assentes no princípio da dignidade humana, liberdade, nacionalismo, justiça, paz, democracia, igualdade, solidariedade e integridade”, referiu Professor Macuácua.
Ainda durante a sua alocução, o dirigente lançou um desafio para a academia escrever, sistematizar e publicar a história da luta de libertação nacional e assegurar que seja transmitida e apropriada pelas novas gerações. “Escrever a história através de fontes orais é uma das missões que a academia deve deixar como um legado para as futuras gerações e, o estudo da história é fundamental para o espírito da cidadania e de consciência histórica”, disse o Secretário de Estado, para depois acrescentar que com os ventos da globalização é fundamental a valorização da história como fundamento da dignidade e identidade da pessoa humana. A geração académica tem a oportunidade de interagir com os protagonistas da independência e da nossa história.

 


O governante moçambicano encorajou a UP-Maputo a intensificar a cooperação e diplomacia científica entre as universidades africanas e outras instituições relevantes para a partilha de conhecimento histórico, principalmente de fontes primárias para o enriquecimento do acervo bibliográfico.
A conferência de dois dias se circunscreve também na exposição, documentação e contribuição específica da luta de libertação de Moçambique para as independências nacionais dos territórios colonizados por Portugal, para além de analisar a complexidade dos processos de independência nacional nos PALOP. Neste contexto, segundo o reitor da UP-Maputo, Professor Jorge Ferrão, a celebração do jubileu transcende a conquista das soberanias democráticas e cria novo espaço de pensamento e construção de novos Estados. Foi este espírito que fez com que os regimes minoritários na região da África Austral fossem combatidos.


“Em 1975 as conquistas das independências foram por via de uma luta e formação intelectual, é o mesmo espírito que deve nos ajudar a ultrapassar desafios globais, hoje e no futuro. Não é o tempo cronológico dos Estados que vai ditar a nossa robustez, mas a consciência de que ainda temos muito por alcançar e isso depende de nós e dos mais jovens,” enfatizou Professor Ferrão.

 


Por seu turno, o Professor Bernardino Cordeiro, director da FCSF, avançou que urge reflectir de forma crítica e interdisciplinar os percursos históricos, os legados políticos, os desafios contemporâneos e os horizontes comuns que unem os Estados da lusofonia africana. O debate académico sobre a construção dos estados africanos independentes, o papel das universidades na consolidação das democracias.

 

 


Para esta conferência estão convidadas personalidades de mérito intelectual-científico, e também de memória testemunhal, referenciada pela experiência pessoal e história de vida nos processos da luta de libertação nacional e descolonização do respectivo país, e a comunicação inaugural esteve a cargo do conceituado escritor moçambicano e veterano da FRELIMO, Luís Bernardo Honwana que falou sobre “Os Ventos da Mudança”.

 


Por: GCI/UP-Maputo

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