Revista Síntese Número 12

A síntese número 12 é composta por sete artigos das áreas de História, Sociologia, Filosofia e Antropologia. No campo de Sociologia temos dois artigos: um destes artigos reflecte sobre a possibilidade de trocar alguns símbolos que nutriram Moçambique socialista. O autor da “Mudança de “Arma” para a “Pomba” na Bandeira da República de Moçambique” defende que não faz sentido a bandeira da República de Moçambique continuar a ostentar aqueles símbolos, pois, o país mudou a sua orientação ideológica, isto é, do socialismo para o capitalismo e do monopartidarismo para multipartidarismo e, mormente, a necessidade de incutir à nova geração de valores de paz, comunhão, harmonia social e o bem comum. O segundo artigo problematiza as interferências do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional no desenho das políticas educacionais em Moçambique. O autor pleiteia que as instituições do Bretton Woods, ao esforçar o Estado moçambicano a optar pelo neoliberalismo, acabam por fragilizar o sector da educação. De facto, a Educação deve ser a tarefa fundamental do Estado e não dos privados.
Na área de história, temos de igual modo, dois artigos: o primeiro critica o Estado moçambicano pelo facto de não ter respeitado a cultura, a tradição, os valores locais, no processo de legitimação das autoridades locais. Este facto cria conflitos entre a tradição e a modernidade. O segundo artigo discute o dualismo colonial que consiste na abordagem dos factos histórico vistos do ângulo do colonizado e do colonizador. O artigo termina apresentando algumas notas documentais sobre a política interna e externa da FRELIMO.
A Filosofia apresenta dois artigos: um sobre a “Crise da Autoridade na Educação”, onde o autor afirma que a crise é provocada pelos valores que os modernos elegeram para si. Para o autor, a crise de autoridade que se vive hoje é a terceira, pois, a primeira foi a do humanismo italiano e a segunda é atribuída a Rousseau. O segundo artigo refuta o conceito de significado ou de sentido para a demarcação entre a ciência e a metafísica. Para o autor a metafísica não é carente de sentido, visto ser, ela própria, uma forma de conhecimento.
O artigo intitulado “Línguas e Tradições: O Caso de Algumas Cerimónias Tradicionais” situa-se entre os domínios da Antropologia e Filosofia. Antropologia porque abarca línguas e as cerimónias tradicionais procurando trazer o significado cultural e filosofia porque o nível de abstração, patente no texto, é muito elevado.
Finalmente, as áreas abrangidas e os temas discutidos pelos articulistas neste número não só são actuais e pertinentes, como também constituem uma contribuição inequívoca para o crescimento das academias moçambicanas.

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