UP-Maputo celebra 58° Aniversário Do Destacamento Feminino

Para marcar a passagem dos 58 anos da criação do Destacamento Feminino, braço armado feminino do movimento libertário de Moçambique, FRELIMO, fundado no longínquo ano de 1967, em Tanzânia, a Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo) juntou-se ao Ministério dos Combatentes para trazer à memória as faças daquelas que foram as primeiras guerrilheiras a ombrear com os homens para expulsar do colono.
 
Num ambiente livresco, um dos instrumentos de combate, as combatentes deram seus testemunhos sobre o desenrolar da luta armada com a participação feminina, num ambiente que era dominado pelo machismo.
 
Foi um momento para recordar a história das causas das heroínas de guerra aliada ao processo de luta de libertação e edificação de um país independente livre do jugo colonial, e também exaltar jovens mulheres, que venceram o medo e estereótipos para enfrentar desafios maioritariamente seguidos por homens.
 
O Professor Jorge Ferrão, anfitrião do evento, na sua alocução enalteceu o papel que as mulheres tiveram desde 1967 em Nachingwea, Tanzânia, até à derrocada do colonialismo e proclamação da independência nacional, em 1975. “A criação do destacamento feminino foi um reconhecimento da valentia e heroicidade da mulher, que teve um papel decisivo na vitória perante o colonialismo e alcance da liberdade que fugia ao povo moçambicano há 500 anos”, disse.
 
Na mesma ocasião, Ferrão falou das três jovens da UP-Maputo que se tem destacado e engajadas na preservação do ambiente das espécies marinhas, Esperança Bila, Maurren Dimande e Laersa Cuamba, primeiras mergulhadoras científicas moçambicanas que navegam em profundidades, cuja história foi apresentada através de um documentário produzido pela jornalista do Grupo Soico, Julieta Zucula.
 
Por sua vez, a Ministra dos Combatentes, Nyeleti Mondlane, em sua abordagem sobre as “as meninas de 1967”, destacou a coragem e sabedoria daquelas primeiras mulheres que pegaram em armas para ver o país independente. “Elas desencadearam um movimento de apoio ao homem que estava na linha da frente. Foram submetidas treino em Nachingwea que incidia na consciencialização da mulher para participação activa na luta de libertação nacional, desafiando barreiras socioculturais profundamente enraizadas na sociedade, demonstraram que a determinação e o amor à pátria, transcendem qualquer limitação imposta pelo colonialismo”, indicou Mondlane.
Marina Pachinuapa que fez parte do primeiro grupo das veteranas descreveu os momentos vividos desde o seu ingresso nas fileiras da guerrilha até a vitória como desafiantes e de responsabilidade para cada uma delas.
 
Pachinuapa falou do processo preparatório da guerra, combater, trabalhar e produzir, numa situação em que a língua era um entrave, acrescido ao facto de serem mulheres vestidas de calças ao lado dos homens, algo que não era visto com bons olhos pela sociedade.
 
Por: José Manuel Luís e Daniel Bila
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